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terça-feira, 27 de julho de 2010

CLIMATOLOGIA URBANA



À muito que o Homem se tem vindo a preocupar com os impactes climáticos negativos, e em tirar o máximo partido dos elementos positivos subjacentes ao clima. Desde a História da Antiguidade Clássica que, se tem vindo a pensar nas cidades e no seu planeamento em relação às condições climáticas envolventes, e nas que resultam da própria dinâmica que a cidade gera, já Marcus Vitruvius arquitecto romano estabeleceu que, "o local ideal para a construção será uma colina pois é melhor para a saúde e livre nevoeiros e de geadas, a vertente terá que ser virada a Sul, longe de pântanos, lagos e litoral, as ruas principais deverão ter uma direcção intermédia entre a dos dois rumos predominantes do vento". As cidades e o Ordenamento do Território têm vindo a ser pensados à muito, o fascínio das cidades como um sistema aberto e complexo a fluxos de energia e massas de ar é algo que, tem movido pessoas, ciências e essencialmente conhecimento.
O clima urbano deve ser considerado como uma componente da qualidade do ambiente, portanto deve contrbuir para a qualidade de vida no meio urbano, a sustentabilidade da cidade é hoje uma utopia urbana (Mills 2003), assentando em dois factores, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a redução dos impactes sobre o ambiente, assim o clima urbano afecta directamente o bem estar e a saúde dos cidadãos, podendo ser encarado como conforto ou desconforto bioclimático. A qualidade do ar e o ruído são os aspectos enumerados na problemática da climatologia urbana, sendo que os elementos atmosféricos com maior influência térmica para o Homem são: a temperatura do ar, a Humidade atmosférica e o Vento (complexo térmico), estas variáveis vão contribuir de forma decisiva para a precepção do conforto bioclimático, numa primeira fase a nível individual e numa segunda a nível colectivo, acarretando custos essencialmente energéticos, pois em Mangualde o desconforto bioclimático está directamente relacionado com o frio, logo será necessário mais energia para o aquecimento.
A cidade de Mangualde é caracterizada por uma dicotomia rural/urbano muito marcada o que, a torna muito peculiar, os diferentes usos do solo e a diferença de altitude atribuem-lhe uma espacialidade diferenciada, com contrastes importantes para a escala em análise (mesoclimática).
A Norte de Mangualde o vale do Rio Dão revela-se extremamente importante para a dinâmica atmosférica, pois o vento predominantemente de NE e a construção da Barragem de Fagilde, teve como consequência ter uma maior capacidade de incutir uma maior humidade no ar na cidade de Mangualde.
Não menos importante é o Monte da Srª do Castelo para o clima urbano da cidade, a sua elevada altitude (628m) em relação à envolvente (500m/550m), assume um papel preponderante para a cidade, muito se deve ao arrefecimento do ar devido à altitude, que pela força da gravidade escoa pelas vertentes dando origem a movimentos catabáticos, provocando dessa forma o arrefecimento das áreas envolventes. A mata dos Condes é essencial para manter o equilíbrio sistémico e bioblimático da cidade, pois a vagetação principalmente a arborea tem a capacidade de criar uma amenização das variáveis climáticas, dininuindo as amplitudes térmicas, o flanco sul da cidade tem uma ligeira inclinação para SW, isso faz com que os raios solares tenham um maior ângulo de incidência provocando um maior aquecimento do território. Apartir da interpretação do clima a uma escala maior poderá encontra-se um local mais favorável para uma maior qualidade de vida, é importante um planeamento sensivel a esta questões.