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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

RISCO

A teoria do Risco foi apresentada primeiramente em Saint-Valéry-Somme, pelo Professor Lucien Faugére (1990), no encontro sobre "Riscos Naturais, Riscos Tecnológicos. Gestão dos Riscos, Gestão das Crises", tendo sido organizada pela Universidade de Picardia e com o alto patrocinio da UNESCO. Esta Teoria foi extremamente bem apresentada e fundamentada, sendo um marco importante para quem se debruça sobre Riscos, a partir desse momento muitos foram os autores que, escreveram sobre o assunto, inovando e completando esta Teoria, mas por vezes a falta de a conhecimento sobre a matéria ou mesmo pela completa negação da Teoria levou a uma controvérsia que, hoje felizmente se dissipou mantendo-se ainda alguma resistência na abordagem de alguns conceitos. A identificação, a caracterização e a avaliação metódica dos Riscos Naturais, Tecnológicos e Mistos que, condicionam a segurança das comunidades são passos fundamentais para o Ordenamento do Território.
Existem três tipos de Riscos, Riscos Naturais; Tecnológicos e Mistos, os Naturais caracterizam-se pela actividade dos fenómenos naturais sobre a passividade do Ser Humano, os Tecnológicos caracterizam-se actividade Humano sobre a passividade da Natureza e os Mistos caracterizam-se pela actividade Humana que exacerba os fenomenos Naturais, assim o Risco resulta sempre da presença do Ser Humano, o seu grau é tão maior quanto maior for o nível de exposição aos fenomenos, para que se compreenda melhor, o Risco resulta do Hazard que se traduz como uma probabilidade de algum fenómeno poder ocorrer, mais a Vulnerabilidade que se traduz no nível de exposição do Ser Humano aos fenómenos, nessa medida o Risco é a probabílidade de um fenóme poder atingir o Ser Humano estando sempre presente.
Quando o fenómeno se manifesta passa-se para o Perigo (Manifestação Plena do Risco), deixa desta forma de ser uma probabilidade para uma manifestação efectiva, se atingir pessoas pode originar uma Crise. A Crise pode ser medida consoante a magnitude do fenómeno, o Incidente é o nível mais baixo da Crise, consiste num episódio repentino que reduz significativamente as margens de segurança sem, contudo, as anular, apresentando apenas potenciais consequências, o Acidente é o nível seguinte caracterizando-se como um acontecimento repentino e imprevisto, provocado pela acção do Ser Humano ou da Natureza com danos significativos, mas com efeitos limitados no tempo e no espaço, susceptíveis de atingir pessoas e bens, o Desastre é um acontecimento súbito, inesperado ou extraordinário, concentrado no tempo e no espaço, provoca prejuízos severos na vida dos indivíduos, afectando as principais funções da sociedade em determinada área, a Catástrofe é o antepenúltimo nível da Crise, é um acontecimento repentino e extraordinário sem restrição no espaço e no tempo, embora abale as estruturas de socorro e as instituições de apoio, respondendo precariamente ás sulicitações, coloca á prova os modelos e os planos previamente estabelecidos e repensalos em alguns casos. A Calamidade é o último nível e o mais severo de todos, é um acontecimento inesperado e extraordinário, prolongando-se no tempo e no espaço indeterminadamente, as estruturas de socorro e as instituições não conseguem responder, podendo mesmo estas perderem a sua capacidade de resposta, pode provocar um elevado número de vitimas e prejuízos económicos elevados, é necessário reavaliar os modelos e repensar toda a estrutura de prevenção e socorro.
Os Riscos são hoje um dos principais temas para um desenvolvimento sustentável do território, a segurança individual e colectiva consiste na harmonia entre o Meio e o Ser Humano, identificando as áreas de Risco e as Vulnerabilidades a ele inerentes, é necessário estabelecer uma cultura de Risco para minimizar as consequências.